Os semáforos implantados em guia do bairro de Alphaville pela Prefeitura de cidade de Barueri ainda estão em fase de testes, mas nos dois primeiros dias de funcionamento desencadearam uma série de críticas, elogios e a divisão da comunidade, o que se estendeu até a ameaça de uma mobilização, que interditaria a alameda Rio Negro, um dos principais corredores do bairro.
”Os semáforos não são coisas da minha cabeça. Eles são resultado de um estudo sério realizado pela Brascontrol, empresa contratada para apresentar soluções.
Durante dois meses a empresa filmou toda a movimentação de veículos para definir uma solução técnica para organizar o fluxo, e os semáforos se apresentaram como a melhor solução”, explica o prefeito de Barueri, Rubens Furlan.
Sua explicação tem respaldo nas considerações feitas pelo engenheiro de Trânsito, com mestrado em gerenciamento de Trânsito em Berlim, Alexandre Zum. Com 26 anos de experiência no setor, é ele quem tem feito o monitoramento do tráfego após os semáforos.
“O semáforo é a melhor alternativa técnica para organizar o trânsito de Alphaville”, diz Zum. De acordo com ele, os equipamentos socializam os movimentos e até priorizam o pedestre, que antes era esquecido. “É lógico que há um choque cultural, porque os motoristas de Alphaville não estavam preparados para semáforos”, avalia.
Zum lembra que todos só poderão dizer se os semáforos funcionam ou não em 30 dias, período necessário para que se acostumem às mudanças e para que sejam feitas as adequações necessárias. “No primeiro dia percebemos que estava se formando trânsito dentro do residencial 1, então fizemos adequações. Hoje (quarta-feira) constatamos que há um fluxo crescente em direção à avenida Alphaville logo após o horário de almoço. Estamos monitorando toda essa movimentação para adequar os semáforos, mas garanto que houve uma melhora significativa na movimentação dentro do bairro”, diz.
Ele ressalta também a ordenação do fluxo. “Alphaville não tinha mobilidade. A cidade cresceu, expandiu, ganhou novos empreendimentos, mais moradores e também trabalhadores, mas continuou com a mesma estrutura viária. Então, estamos fazendo uma adequação dentro do que temos. As mudanças dentro da atual situação vão aliviar em até 40% os congestionamentos”, garante.
Zum insiste que nenhuma medida foi decidida da noite para o dia. Contratado pela Brascontrol, ele ressalta o estudo realizado, inclusive com veículos dotados de GPS, que voltaram a circular pelo bairro para medir o tempo gasto entre a portaria do residencial 1 e a rodovia Castello Branco, por exemplo. Todos os pontos com alteração estão tendo o mesmo tipo de medição.
“Não dá para dizer que não vai funcionar no primeiro dia. Aqui (dando expediente na rotatória do 1), ouço de tudo: de xingamentos a elogios, mas prefiro considerar os números apurados pelo GPS.”
Acostumado a atuar no caos do trânsito, Zum volta a ressaltar que a melhor alternativa técnica para o tráfego de Alphaville é a implantação de semáforos.
Fonte: Folha de Alphaville