Um projeto idealizado pelo governo de Geraldo Alckmin pode complicar ainda mais o trânsito de Alphaville, além de interferir na paisagem urbana. Trata-se de um corredor de ônibus, que contará com veículos especiais e não-poluentes, que serão abastecidos de energia em cada parada, sem a necessidade da implantação de cabos elétricos.
O problema é que esse corredor de ônibus atenderá especificamente esses novos veículos. Ou seja, além de ocupar uma faixa de rolamento da saturada malha viária, fará com que os coletivos – um total de 42 linhas e quase 400 fretados – disputem as demais faixas com o tráfego formado por carros de passeio, motos e caminhões.
O projeto é desenvolvido pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), que alega que ainda está em fase de estudos e nada pode adiantar sobre o tema. No entanto, já foram realizadas reuniões com as prefeituras da cidade Barueri e de Santana de Parnaíba, além das entidades representantes dos moradores: SIA (Sociedade Alphaville Tamboré) e AREA (Associação Residencial e Empresarial Alphaville).
O estudo preliminar prevê a ligação entre as cidades de Carapicuíba e Cajamar, passando por Barueri e Parnaíba. Como o objetivo do corredor é atender a massa de trabalhadores, o traçado prevê que ele passe pela avenida Piracema, alamedas Araguaia e Rio Negro, além das avenidas Alphaville e Yojiro Takaoka.
Parnaíba já se posicionou contra o projeto. O prefeito Silvinho Peccioli diz que não aceita interferências na atual malha viária, porque acredita que a mudança irá complicar a fluidez do tráfego. “Os técnicos da EMTU trabalharam sobre um mapa antigo da região. Não consideraram eventuais ocupações e também deixaram de fora a Estrada dos Romeiros”, conta o coordenador de Transporte e Trânsito da prefeitura, Stefan Pawluk, que acompanhou a primeira reunião.
Já o gerente-geral da AREA, Leonardo Cunha, disse que vai esperar o projeto final para depois discuti-lo. Ele adianta, no entanto, que uma das preocupações é “não permitir que Alphaville seja deteriorada como ocorreu com outras regiões em que o transporte público de massa invadiu”. Leonardo chega a exemplificar com o que ocorreu com a avenida São João, no centro de São Paulo.
“O projeto demanda discussão. O aspecto paisagístico de Alphaville deve ser preservado. Ele é um dos diferenciais do bairro e não abrimos mão, mas também entendemos que há necessidade de discutir o investimento no transporte público de massa”, diz. Para Leonardo, o corredor foi pensado para substituir um eventual investimento em linha de metrô. “O metrô é caro e não temos público”, alega. A EMTU apresentará o projeto sobre o corredor, com modificações, em junho.
Fonte: Folha de Alphaville
Por que discute-se novos corredores de ônibus, novas vias, semáforos e recapiamento de vias e não se fala nada de ciclovias? Alphaville e Tamboré são bairros que se vangloriam pela qualidade de vida que na verdade só existem dentro dos condomínios. Ciclovias ligando os condomínios com os centros de comércio no bairro seriam uma ótima solução para desafogar o trânsito, além de promover o lazer, a ocupação das ruas pelos moradores e deixar as pedaladas dos poucos que se aventuram a fazer isso nesse bairro nem um pouco convidativo para as bicicletas muito mais segura.