A mobilização que começou pela rede social Facebook tomou vulto nesta quinta-feira, 5 de maio. A concentração foi marcada para às 17h30 no início da alameda Rio Negro no Encontra Alphaville.
Timidamente, moradores da região foram chegando curiosos e até um pouco descrentes do movimento até que uma multidão munida de apitos, narizes de palhaço, bandeiras do Brasil e faixas de protesto se formou.
Um caminhão de som completou o cenário apropriado para o início da passeata. Estranhamente poucos carros vindos da capital passavam no local naquele momento. Muitos diziam que o trânsito da rodovia Castello Branco havia sido desviado para outra entrada por conta da manifestação.
A faixa direita da alameda Rio Negro foi interditada e a caminhada teve início pouco mais de 19h. Com apoio do Demutran, da AREA (Associação Residencial e Empresarial Alphaville), da Defesa Civil e da Polícia Militar, os manifestantes seguiram em direção ao residencial Alphaville 1, percorrendo toda a Rio Negro e virando à direita na alameda Mamoré. Foi uma passeata pacífica e bem organizada, que teve como objetivo formar um grupo de moradores interessados em dialogar com a prefeitura municipal, para encontrar soluções viáveis, que proporcionem melhorias na circulação de veículos na região.
O protesto foi realizado em função das péssimas condições do trânsito nos horários de pico. Muitos apontam também os muitos empreendimentos já instalados e outros em fase de construção como grandes geradores de congestionamento.
Segundo os organizadores, esta foi a primeira das muitas passeatas que pretendem realizar. Eles querem reinvindicar às autoridades um crescimento mais sustentável da região, sem tantos impactos à qualidade de vida que sempre foi o maior atrativo de Alphaville.
O engenheiro Sílvio Figueiredo, que mora há 16 aos no bairro, diz que atualmente leva de 40 minutos a uma hora para chegar do residencial 10, onde mora, até a saída da Castello.
“Não sou contra o crescimento da região, desde que ele tenha estruturas sustentáveis e não desvalorize os imóveis daqui. Vim para cá para ter qualidade de vida e espero competência das autoridades para que essa qualidade permaneça”, declarou.
O pecuarista Gilvan Santana Lopes, morador da alameda Grajaú, afirmou que está muito preocupado com o caos do trânsito. “A sinalização colocada piorou a situação. Buzinei no farol outro dia e levei uma multa, um absurdo! Daqui a pouco teremos assaltos nos congestionamentos e pedintes no farol”, disse.
Maria Carmem Fernandes, advogada e moradora do residencial 5, acredita que a liberação de empreendimentos e a falta de planejamento das prefeituras de Barueri e de Santana de Parnaíba são os maiores culpados pelo trânsito.
“O progresso desordenado faz com que muitas ruas e praças sejam diminuidas, dificultando a passagem dos veículos. Existem inúmeros prédios com alvará liberado sendo construídos. Como pode? Isso é falta de planejamento. Precisamos rever esses projetos”, arremata.
Fonte: Folha de Alphaville